IV SEMINÁRIO DE EPISTEMOLOGIA E PESQUISA EM COMUNICAÇÃO – PROJETO CRÍTICA EPISTEMOLÓGICA – CAPES/PROCAD – UNISINOS/UFG/UFJF

Por em 20 de outubro de 2012

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“DEZ PERGUNTAS SUGERIDAS PARA A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM COMUNICAÇÃO” – PROFS. PESQUISADORES. 

 

O seminário agrupa questões desenvolvidas pelos pesquisadores participantes da rede.  As questões devem ser abordadas em termos de metodologias, heurísticas, propostas investigativas. Nesse processo, várias alternativas serão possíveis – relacionar perguntas mais específicas, tratar de teorias e suas bases, referir investigações empíricas, apresentar aspectos de sua própria pesquisa, incluindo aí a possibilidade de articular a sua pergunta central com as outras, em jogo. E ainda: o que pesquisar, sobre o que refletir, para avançar no conhecimento dessa questão? Como tais perguntas alimentarão pesquisas? Que considerações epistemológicas e metodológicas tal pergunta estimula? Ou seja, não se trata de respostas às perguntas (pois isso implicaria em produzir ensaios ou inferências de pesquisas singulares em curso), mas sim de “questões de horizonte” – que devem poder alimentar variadas pesquisas.

No seminário, cada pesquisador deve trazer suas anotações. Serão 15 minutos de apresentação, seguida de debate por 45 minutos. As apresentações e debates serão gravados, para possibilitar, a cada um, no período de quatro semanas após o Seminário, elaborar seu artigo para publicação vinculada ao projeto.

Local: SALA 3A317.

 

PROGRAMAÇÃO

DIA 30 DE OUTUBRO – TERÇA-FEIRA 

 

OBJETO – MANHÃ

Jairo Ferreira (UNISINOS). O campo da comunicação pode ser configurado em torno das perguntas em construção nas interfaces obscuras entre filosofia, ciências sociais, linguagem e processos info-comunicacionais. Para além das linearidades herdadas, quais são, de forma empírica, as relações, nos processos de comunicação, entre proposições identificadas pelas ciências sociais, abordagens semio-discursivas e info-cibernéticas, tendo como foco principal – mas não único, nem fundamental – os processos midiáticos?

Luiz Signates (UFG). Como as variáveis propriamente comunicacionais problematizam conceitos de ordem política (tais como cidadania, esfera pública) ou acionamentos práticos desses conceitos, exigindo avanços teóricos para além daqueles trabalhados pela Política, pela Sociologia ou pelo Direito? O que é o comunicacional nesse contexto?

Magno Medeiros (UFG). Não se trata apenas de abordar as características ou extensão das imagens midiáticas, mas de analisar a dimensão interna e psíquica do sujeito telespectador. O que se deve avaliar é, sobretudo, a profundidade ou a superficialidade de seu olhar. Busca-se compreender, pois, os processos midiáticos subjetivos. Como os processos midiáticos constituem imaginários? Como se comunica a partir dessa rede de imaginários e imaginária? Essa rede é composta de interpretações desprovidas ou enriquecedoras de sentido?

 

OBJETO – TARDE

Antonio Fausto Neto (UNISINOS). Qual o estatuto das linguagens nos processos e atividades da Comunicação midiática? Como elas são afetadas pela circulação, nos deslocamentos que levam dos objetos às relações?

Carlos Pernisa (UFJF). Como relacionar em um mesmo objeto de estudos a comunicação em geral e a comunicação mediada? Nessa abordagem abrangente, como apreender o aspecto comunicacional presente nos diferentes modelos de interface com outras áreas de conhecimento ou prática?

 

DIA 31 DE OUTUBRO – QUARTA-FEIRA

 

MÉTODO – MANHÃ

Pedro Gilberto Gomes (UNISINOS). A pesquisa em comunicação, por tratar dos meios particulares, individuais, esqueceu a ambiência de midiatização, constituída pelos processos midiáticos. São os processos que estabelecem e dão vida e sentido ao fenômeno da midiatização. Como relacionar as pesquisas em curso sobre meios particulares, micro-fenômenos, de interações, tecnologias e dispositivos, com os processos e relações holísticas que são pressupostos no conceito de “sociedade midiatizada”?

Francisco Pimenta (UFJF). Assumindo que a obtenção de conhecimento pode ser expressa em cinco passos – (1) contexto de conhecimento habitual; (2) fato novo, obscuro; (3) hipóteses explicativas; (4) teste por meio de experimentações; (5) julgamentos – que processos de comunicação ocorrem entre diferentes hipóteses explicativas ou experimentações práticas, na construção de julgamentos?

José Luiz Braga (UNISINOS). A comunicação social, nos espaços em que trata de articular ou de evidenciar diferenças, exerce uma potencialidade transformadora. Como articular a pesquisa de regularidades comunicacionais com a observação dos processos práticos de tais transformações?

 

CAMPO – TARDE

Goiamérico Santos (UFG). Poderia a comunicação se consolidar como fundamentação epistemológica, como campo de estudo cientifico, num tempo em que os demais campos do saber não mais postulam tão acirradamente a condição de cientificidade? Ao evitar a comunicação como um campo interdisciplinar como uma solução, não se colocaria numa posição que pode se perder sua proposta de se capacitar para suscitar questões e possíveis respostas aos problemas comunicacionais, e recair na armadilha do fechamento do campo?

Potiguara Mendes (UFJF).  O campo acadêmico se enfrenta com uma tensão e ambiguidade inerente à abrangência do pensamento/conhecimento implicado na comunicação (ativado por atores diversos, na sociedade em geral e na academia) e que está em permanente transformação.  Questiona-se: as apropriações das ciências, com seus métodos fundados em lógicas clássicas, dá conta dessa ambiguidade e tensão? Que formas de fazer o conhecimento na área estabeleceriam uma relação produtiva com esse pensamento social em transformação, mantendo, entretanto, sua diferenciação como espaço epistemológico diferenciado (o “científico”)?

Carlos Gusmão (UFAL).  A pergunta sobre o que é comunicação, no âmbito da ciência, não é em si uma questão meramente teórica, a ser respondida pelo esforço persistente da pesquisa? Enfim, cada resposta da ciência não atualizaria a pergunta e nesse caso é a própria persistência da investigação, ou seja, a diversidade de objetos que ela produz que mantém a pergunta em sua validade epistemológica? Ou seja, em que medida que o esforço do campo não é auto-referencial?

 

SEMINÁRIO “MIDIATIZAÇÃO E EPISTEMOLOGIAS”

MESTRANDOS E DOUTORANDOS

 

Apresentação de artigos dos estudantes da Linha Midiatização e Processos Sociais – PPGCC UNISINOS (mestrandos e doutorandos) e  igualmente os doutorandos de outras linhas do PPG, com textos relacionados a suas pesquisas e a temáticas do Procad – Epistemologia, Método e Metodologia da Comunicação.

Após apresentação por seus autores, cada artigo será comentado por um dos professores* participantes do Procad Unisinos/UFG/UFJF, e em seguida debatido entre os presentes, assegurando-se para apresentação e debate o tempo mínimo de uma hora por artigo.

Serão 10 minutos de apresentação, seguida de debate por 40 minutos. As apresentações e debates serão gravados, para possibilitar, a cada um, no período de quatro semanas após o Seminário, elaborar seu artigo para publicação vinculada ao projeto.

 * Cada pesquisador participante do PROCAD comentará um ou dois textos. Os participantes do PPG da Unisinos comentarão artigos de estudantes que não sejam seus orientandos.

 

DIA O1 DE NOVEMBRO – QUINTA-FEIRA

SALA  3A317 – A MIDIATIZAÇÃO COMO OBJETO

 

9h às 9h50

MIDIATIZAÇÃO NA POLÍTICA: O CASO DO PARTIDO PIRATA BRASILEIRO

Edu Jacques – mestrando

Resumo: Este artigo apresenta a formação do Partido Pirata como oportunidade para se problematizar a noção de midiatização e política. Em si, o partido constituiria mudança institucional na democracia representativa referente à transição de nossa sociedade ao processo de midiatização, de atravessamentos por fluxos diferidos e difusos. Ademais, a formação do partido e sua plataforma condizem com a proposta de uma democracia digital, de participação popular, como resposta à crise da representação política.

COMENTADOR – Marcelo Salcedo Gomes – mestrando

 

9h50 às 10h40

TENDÊNCIAS DO JORNALISMO COR-DE-ROSA: O CONFESSIONÁRIO VIRTUAL NOS BLOGS DAS REVISTAS FEMININAS

Daiane dos Santos Costa – mestranda

Resumo: No presente artigo estuda-se o protagonismo nos discursos individuais promovidos pelas revistas femininas. São eleitas personagens para fazer parte de um ambiente virtual que oferece um  cardápio de colunas e histórias de vida. Os sites que ampliam a circulação dos conteúdos mensais prendem suas leitoras em universos onde os aconselhadores atuam como blogueiros e colunistas. Operam um sistema determinado pelas publicações que se difere pelo conteúdo impresso devida a grande interação do seu público e coprodução das leitoras. O trabalho visa compreender as tentativas da imprensa feminina em inovar os seus produtos, que por exigência do seu público, altera os contratos e renova suas estratégias de circulação.

COMENTADOR: Moisés Sbardelotto – doutorando

 

INTERVALO  – 10h40 às 11h.

 

11h às 11h50

A MIDIATIZAÇÃO DO CONTATO NOS RETRATOS DA NATIONAL GEOGRAPHIC

Marcelo Salcedo Gomes – mestrando

Resumo: O presente artigo faz um relato de parte de nossa pesquisa de mestrado enfatizando a importância do conceito de midiatização para as angulações epistemológicas que assumimos. A partir da problemática do “contato” na visualidade de imagens fotográficas de imprensa, tomando como estudo de caso os retratos da National Geographic, intentamos investigar qual seria a natureza comunicacional deste fenômeno e seu papel na constituição do dispositivo midiático.

COMENTADOR: Natália Aldrigue – doutoranda


14h às 14h50

FAIXA COMENTADA: REALIDADE E FICÇÃO NUM DESCORTINAR DOS BASTIDORES

Michelli Machado – doutoranda

Resumo: O texto apresenta algumas considerações sobre a midiatização da narrativa oficial em minisséries históricas, por meio da construção ficcional de personagens reais. A partir da minissérie Chiquinha Gonzaga buscaremos observar como são construídas as releituras midiáticas da história. O eixo dessa observação é programa Faixa Comentada, do Canal Futura, que reexibiu a minissérie aprofundando seu debate. Esse tipo de circulação proposta pelo programa, amplia a abordagem histórica e cultural e descortina os bastidores da produção televisiva. Autores como Braga nos ajudam a pensar as questões de aprendizagem e circulação, que despertam o interesse de ir além do que a obra mostra.

COMENTADOR: Jairo Ferreira – UNISINOS

 

14h50 às 15h40

MIDIATIZAÇÃO RURAL: NAS PISTAS DE UMA NOVA AMBIÊNCIA 

Diva da Conceição Gonçalves – mestranda

Resumo: Este artigo analisa o processo de midiatização no meio rural, a partir da interação dos agricultores com os meios de comunicação. O objetivo é compreender a relação dos agricultores com a mídia em uma perspectiva para além dos usos dos dispositivos tecnológicos, buscando identificar marcas da midiatização nas dinâmicas comunicacionais, em um exercício reflexivo sobre a presença de uma nova ambiência comunicacional no meio rural. Para tanto, compreendemos a recepção como instância movimentada por distintas mediações, que não se esgota na posse individual ou coletiva das materialidades técnicas, mas que oferece múltiplas possibilidades de interações socioculturais e de geração de sentidos diversos em torno de conteúdos postos em circulação. Na análise, além da cultura midiática dos agricultores, consideramos o contexto socioeconômico e cultural onde as comunidades rurais estão inseridas.

COMENTADOR: Daniel Pedroso – doutorando

 

 Intervalo 15h40 às 16h.

 

 16h às 16h50

MIDIATIZAÇÃO E AS INCURSÕES DO RECEPTOR COMO PRODUTOR DE CONTEÚDO.

Daniel Pedroso – doutorando 

Resumo: O objetivo deste texto é o de apresentar alguns ângulos de observação, ainda preliminares, sobre os movimentos do receptor nas novas condições de enunciação e de discursividade. Foca-se especialmente no telespectador/usuário e sua produção de conteúdo audiovisual. O trabalho em curso desenvolve-se tendo como objeto uma reflexão sobre televisão, nova arquitetura comunicacional e a circulação no sistema midiático. Elegemos o modelo de interação com o telespectador da Rede Globo como nosso observável. Dentro deste espectro, vamos nos deter nas incursões do telespectador/usuário visibilizadas no programa Fantástico a partir da promoção: “A emprega mais cheia de charme do Brasil”.

COMENTADOR: Magno Medeiros – UFG


SALA  3a301 – EPISTEMOLOGIAS

 

9h às 9h50

A COMISSÃO DA VERDADE E O CAMPO DA COMUNICAÇÃO

Carmen Abreu – doutoranda

Resumo: Neste texto busca-se apresentar um pouco do que vem sendo discutido por teóricos conceituados sobre o campo da comunicação. Com base nos textos trabalhados é possível constatar o quanto a área da comunicação tem avançado no que se refere a sua consolidação e consequente legitimação. A partir deste cenário, se observa que objetos como a Comissão Nacional da Verdade, que transitam por diferentes campos, podem contribuir para o aprimoramento dos debates já que carregam a possibilidade de diferentes olhares e questionamentos.

COMENTADOR: José Luiz Braga – UNISINOS

 

9h50 às 10h40

O VALOR EPISTEMOLÓGICO DA COMUNICAÇÃO PARA O CAMPO TURÍSTICO

Natalia de Sousa Aldrigue – doutorando

Resumo: A partir dos anos 40, o papel da comunicação ganha ainda mais importância, primeiro devido à criação da cibernética em 1942, em que a comunicação se destaca na definição do humano, e posteriormente, com o projeto da sociedade da comunicação, uma nova utopia em que de um lado se tem uma organização social completamente centrada em torno da circulação da informação e de outro as máquinas, especialmente aquelas que servem para comunicar. Desta forma, ganha força o pensamento que a comunicação é o centro de todas as coisas e, construindo assim, uma nova utopia. Com isso, várias disciplinas se “apoderaram” deste campo e tentaram explicar segundo seus próprios conhecimentos, fazendo com que o campo da comunicação ficasse por muito tempo inserido em outras teorias.

COMENTADOR: Carlos Pernisa – UFJF

 

14h às 14h50

BIFURCAÇÕES, FLUTUAÇÕES E INSTABILIDADES DA (RE)CONSTRUÇÃO DO “CATÓLICO” NAS REDES DIGITAIS: UMA REFLEXÃO SOBRE O MÉTODO

Moisés Sbardelotto – doutorando

Resumo: Neste artigo, a partir de nosso objeto de pesquisa em nível de doutoramento, nos propomos a refletir, primeiramente, sobre elementos que o caracterizam como objeto da comunicação. Depois, analisaremos alguns elementos de método, no sentido de possibilidades em termos de rigor metodológico para dar conta da complexidade dos objetos comunicacionais, em suas bifurcações, flutuações e instabilidades. Por fim, em conclusão, a partir das discussões prévias, analisaremos o campo da comunicação em sua multiplicidade de trocas interdisciplinares ou “indisciplinares” e de experimentações metodológicas.

COMENTADOR: Antonio Fausto Neto – Unisinos

 

 14h50 às 15h40

EPISTEMOLOGIA DA COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE DE CONTROLE

Diego de Carvalho – doutorando 

Resumo: O artigo trata das possibilidades transversais entre campos no contexto da sociedade de controle, dando atenção principalmente ao campo de estudos da comunicação.  A premissa do texto é que há possibilidades políticas a partir da pulverização identitária das disciplinas. Para tal, faz uma releitura de autores da crítica e, seguindo esse pensamento, faz crítica de autores que tentam resgatar valores da sociedade disciplinar no ambiente das ciências. Acentuando o posicionamento crítico e produzindo transversalidade, apresenta também possibilidades de resistência ao regime de controle, atualizadas nos novíssimos movimentos sociais. Isso é feito, pois deveria haver aliança entre esses movimentos e as ciências sociais. Conclui com a seguinte consideração: como não há fora do poder e da resistência, toda teoria social é política.

COMENTADOR: Luiz Signates – UFG