Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Vera V. França 24 main guidelines pointed out by the reflections about mediatiza - tion, positioning itself for a kind of approach that seeks to inter- twine communicative interactions, technological apparatuses, and their respective socio-historical-cultural contexts. Keywords: Mediatization. Communication theories. Media theory. A criação e a força dos conceitos são resultado de dois movimentos interligados. O primeiro – que explica por que eles aparecem em um momento dado – são mudanças na realidade, surgimento de novas dinâmicas na ordem do mundo, ou per- cepção mais aguda de aspectos que já estavam presentes, mas vão se tornando mais proeminentes em determinada época. O segundo é de ordem epistêmica e se refere ao quanto a elabora- ção reflexiva que busca dar conta desses aspectos ou problemas do mundo empírico se mostra bem-sucedida na tarefa de com- preendê-los, o quanto uma construção conceitual de fato auxilia a pensar o fenômeno em tela. Quando falamos de midiatização, esses dois movimen- tos se tornam bem evidentes. As mudanças na realidade no que tange ao desenvolvimento e expansão dos meios tecnológicos e formas comunicacionais têm sido inegáveis e contundentes. Se o advento dos meios de comunicação de massa, na primeira metade do século passado, alterou e inovou completamente os cenários e formas comunicativas, o meio digital – e as múltiplas plataformas que não cessam de ser criadas – revolucionou(a- ram) completamente a vida social, as formas de sociabilidade, o protagonismo individual, as práticas políticas, as intervenções corporativas. Sua penetração nos diferentes espaços da vida social, nas diferentes esferas da sociedade nas últimas duas dé- cadas veio configurar um fenômeno novo e desafiador. Frente ao novo fenômeno, e instadas por ele, as ferramentas teóricas foram postas à prova, e novos conceitos estão sendo forjados e testados. Midiatização, portanto, é um termo que nomeia o fe- nômeno, mas é também um conceito. Nesta reflexão, não nos debruçamos sobre aspectos do fenômeno – incontestável –, mas sobre os diferentes esforços que vêm sendo desenvolvidos para tratá-lo teoricamente. Sem pretender ser exaustivo, este texto,

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