Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

José Luiz Braga 252 logic of networks is due, rather than to diversity of experiences, to the fact that they have not yet developed stabilized standards – not having defined rules as a whole. It proposes an investiga - tion into emergencies that stimulate social experimentation and current strategies that seek the construction of structures. Keywords: Digital networks. Interaction systems. Codes and Inferences. Mediatization. 1. A questão A questão que se coloca para nossa reflexão, neste tex - to, é a de propor ângulos de investigação sobre o objeto “redes sociais digitais” que possam manter a atenção sobre a diversi- dade de experiências, processos, problemas e lógicas de fun- cionamento, evitando, entretanto, que essa necessária analítica de casos e episódios leve à dispersão do conhecimento ou a um empirismo descritivo. Ao mesmo tempo, é importante desenvol- ver perspectivas abrangentes sobre a diversidade, mas sem cair no risco da generalização indevida de umas poucas característi- cas singulares, apenas porque mais vistosas, mais evidentes em termos materiais (da tecnologia, por exemplo) ou geradoras de ocorrências retumbantes, mas que não expressam padrões efe - tivamente gerais nem arranjos estabilizados. O contexto em que inscrevemos nossa reflexão sobre re - des sociais digitais é o da crescente midiatização social. Esta não se restringe a uma relação entre sociedade e suas mídias – como se fossem instâncias externas uma à outra. A “tradição institucio - nal” (HEPP, 2014, p. 47) explica a midiatização como influência de uma lógica da mídia sobre os demais setores sociais, que apenas sofrem as transformações. Não parece que isso seja suficiente. Considerando o uso das mídias como umprocesso de so- ciedade , o que percebemos aí é que iniciativas e experimentações sociais, em todos os setores de atividade e reflexão, vão tornando a midiatização um “processo interacional de referência” (BRAGA, 2007). Se devemos observar a circulação das falas midiáticas, não é por considerar as mídias como direcionadoras dos padrões de comportamento social, e sim para perceber, nesta circulação, como os setores sociais agem ao acionar esse modo interacional.

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