Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Muniz Sodré 54 correntes. Primeiro, apequena-se o alcance do Estado nacional; segundo, livre mercado e globalização financeira sobrepõem-se à lógica da sociedade política (relações entre governantes e par- tidos), a opinião pública torna-se “liberal-censitária” sob contro- le dos instrumentos de avaliação, e as entidades organizacionais fazem-se socialmente mais visíveis e tecnologicamente mais po- derosas no exercício daquela “câmara de eco”, que é a hegemo - nia implícita no ecossistema midiático. Nessa nova conjuntura, a retração ou a crise da dialética pública da verdade pode investir- -se de características regressivas, análogas a algumas que pon- tuavam as situações fascistas na primeira metade do século XX: fundamentalismos, irracionalismos partidários, exasperações raciais, aversão à temporalidade lenta dos processos democrá- ticos, louvação heterodoxa da eficácia empresarial, etc. É o que estamos experimentando agora.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz