Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

13 Prefácio Wilson Gomes Este livro enfrenta um desafio impressionante ao as - sumir como objeto o tema da mediatização. Ou “midiatização”, como a maioria dos autores prefere. A tarefa faz sentido, uma vez que a área de Comunicação da Unisinos, que convocou e re- uniu os participantes do simpósio que deu origem à coletânea, é reconhecida pelos estudos sobre a mediatização, como fenô- meno ou conceito, e concentra uma grande parte da produção brasileira na área. José Luiz Braga, Antonio Fausto Neto, Pedro Gilberto Gomes, Jairo Getúlio Ferreira e Ana Paula da Rosa for- mam parte consistente da bibliografia sobre o assunto, organi - zam sistematicamente congressos internacionais em que põem em movimento suas redes nacionais e estrangeiras de colabo- radores e interlocutores especializados, além de orientarem há anos dissertações e teses na área. A proposta não deixa, contudo, de constituir considerá - vel desafio, como se dará rapidamente conta o leitor desta obra. Em primeiro lugar, porque, para além das compreensões mais gerais sobre os fenômenos e as preocupações referidas pela ex - pressão “ mediatização”, no território mais exato e preciso dos conceitos e definições não há propriamente paz. E pelo que se depreende das fundamentações teóricas presentes aos diversos ensaios e artigos que formam os capítulos deste livro, os autores lidam realisticamente com o ainda considerável nível de polis- semia, de taxonomias concorrentes e de aplicações que o campo comporta. A ideia de mediatização, no geral, parte do pressuposto de que no mundo contemporâneo há os diversos campos sociais, de um lado, e há o(s) campo(s) da comunicação, de outro, relati- vamente autônomos e independentes, mas que eles se imbricam,

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